ESTUDANTES OCUPAM INSTITUTO DE ARTES DA UNESP
Atualizado às 21h44 desta quarta-feira, dia 19
Cerca de 100 alunos ocuparam nesta quarta-feira, dia 20, a sede do Instituto de Artes da Unesp, campus Ipiranga, na Zona Sul de São Paulo. Os manifestantes montaram barracas dentro do prédio, tiraram as carteiras das salas de aula e espalharam cartazes com as reivindicações do movimento (clique aqui para ver o vídeo).
Eles pedem a garantia da autonomia universitária, a não punição dos estudantes, a garantia da assistência estudantil (moradia e alimentação) e o aumento da verba destinada à educação.
O diretor do Instituto de Artes da Unesp, João Cardoso Palma Filho, registrou um Boletim de Ocorrência no 17º Distrito Policial.
Os alunos e funcionários do Instituto de Artes da Unesp estão em greve desde o dia 31 de maio. Os professores também participaram da greve, mas encerraram a paralisação na última terça-feira, dia 19.
A Polícia Militar cumpriu a ordem de reintegração de posse do prédio da Faculdade de Ciências e Letras da Unesp de Araraquara, no interior paulista, na madrugada desta quarta-feira, dia 19.
A reitoria da UNESP disse por meio de uma nota que está disposta a dialogar com os estudantes, mas se recusa a negociar enquanto o prédio estiver ocupado. Antes da ocupação, o reitor da Unesp divulgou uma nota a respeito da posição da universidade sobre o movimento. Leia na íntegra a nota divulgada pela Unesp:
São Paulo, 19 de junho de 2007
À Comunidade Unespiana,
Desde o início da atual gestão, em janeiro de 2005, a Reitoria tem participado sistematicamente de reuniões nas Unidades, ampliando o diálogo e a discussão sobre as prioridades e os rumos da Universidade. Devido à nossa convicção de que a vontade institucional emana dos seus Colegiados Superiores, estimulamos a participação estudantil nesses Órgãos. Infelizmente, essa participação está esvaziada por falta de entendimento entre os próprios discentes, que, dessa forma, deixam de discutir e de participar de importantes decisões acadêmicas e administrativas. Apesar de ainda não ter sido regulamentado o direito de greve para o serviço público, que é previsto pela Constituição Federal, reconhecemos sua legitimidade e o respeitamos como recurso de negociação. No entanto, sobre as recentes invasões e ocupações de dependências da Universidade, a lei é clara e não nos faculta deixar de tomar medidas cabíveis diante do risco ao patrimônio público e de constrangimentos físicos e morais, que implicam não só a renúncia ao diálogo e ao uso da razão, mas também o desrespeito ao próprio estado de Direito, tão arduamente conquistado pela mobilização conseqüente de vários setores da sociedade brasileira. Desse modo, não discutiremos reivindicações sob coação por meio de recursos violentos, não deixaremos de apurar responsabilidades, nem hesitaremos em recorrer à Justiça para restabelecer o respeito à civilidade, ao diálogo e à razão.
Marcos Macari
Reitor
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